sábado, 6 de agosto de 2016

O amor



O amor é bálsamo milagroso para os hematomas da alma. 

Elixir da juventude, não importa a idade que se tem. 

Vacina tríplice contra os males da falta de poesia, de sonho e de ternura. 

Composto vitamínico eficaz para mantermos, acesa, a capacidade de brilho no olhar. 

Receita caseira da vovó para massagear a vida com a própria essência que a vida fornece.

O amor é sol que chama a sombra pra ser outra coisa. 

É relógio que marca um tempo diferente. 

É um jeito que escapole do controle. 

É música que faz os medos ficarem doidos de vontade de dançar. 

É pipa que empinamos no quintal da nossa casa, rabiola feita de riso e de encanto, os pés descalços na terra; descalço, sobretudo, o coração. 

É convite precioso para a vida cantar mesmo quando desafina, porque tudo desafina de vez em quando.

O amor é fruta madura colhida agorinha, não importa quantas vezes o calendário tenha se reinventado. 

É promessa sem garantia nenhuma. 

É a melhor fala do roteiro, tanto faz se de improviso. 

É a muda da estrela mais feliz que a gente traz pra cultivar na Terra. 

É a inspiração que sopra no corpo e na alma um punhado contente do que imaginamos ser o paraíso. 

É a maneira divina mais bonita de nos humanizarmos de verdade.

O amor é o lugar mais transformador e ventilado do universo. 

É quando Deus brinca e a gente brinca junto.


© ANA CLÁUDIA SALDANHA JÁCOMO
In Cheiro de flor quando ri 1
(publicado em 10 de Fevereiro de 2010)
via: https://www.facebook.com/almacelta.ni.fairiesworld

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