sábado, 21 de julho de 2018

poesias e ilustrações de Rupi Kaur








 
“nossas costas

contam histórias

que nenhum livro

tem lombada

para carregar

– mulheres de cor”.































poesias de Rupi Kaur, poeta indiana que mora no Canadá. Chegou ao Brasil o seu primeiro livro, intitulado Outros Jeitos de Usar a Boca.  



“quero pedir desculpa a todas as mulheres

que descrevi como bonitas

antes de dizer que eram inteligentes ou corajosas

fico triste por ter falado como se

algo tão simples como aquilo que nasceu com você

fosse o seu maior orgulho quando seu

espírito já despedaçou montanhas

de agora em diante vou dizer coisas como

você é forte ou você é incrível

não porque eu não te ache bonita

mas porque você é muito mais do que isso”

Rupi Kaur



A EVOLUÇÃO DA FORMA - Poesia de Rumi




Toda forma que vês


tem seu arquétipo no mundo sem­lugar.


Se a forma esvanece, não importa,


permanece o original.


As belas figuras que vistes


as sábias palavras que escutaste,


não te entristeças se pereceram


Enquanto a fonte é abundante,


o rio dá água sem cessar.


Por que te lamentas se nenhum dos dois se detém?


A alma é a fonte,


e as coisas criadas, os rios.


Enquanto a fonte jorra, correm os rios.


Tira da cabeça todo o pesar


e sorve aos borbotões a água deste rio.


Que a água não seca, ela não tem fim.


Desde que chegaste ao mundo do ser,


uma escada foi posta diante de ti, para que escapasses.


Primeiro, foste mineral;


depois, te tornaste planta,


e mais tarde, animal.


Como pode ser isto segredo para ti?


Finalmente foste feito homem,


com conhecimento, razão e fé.


Contempla teu corpo – um punhado de pó –


vê quão perfeito se tornou!


Quando tiveres cumprido tua jornada,


decerto hás de regressar como anjo;


depois disso, terás terminado de vez com a terra,


e tua estação há de ser o céu.


Passa de novo pela vida angelical,


entra naquele oceano,


e que tua gota se torne mar,


cem vezes maior que o Mar de Oman.


Abandona este filho que chamas corpo


e diz sempre “Um” com toda a alma.


Se teu corpo envelhece, que importa?


Ainda é fresca tua alma.


Rumi

Poesias Sufi

terça-feira, 3 de julho de 2018

Paciência - Lenine


Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não pára

Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso, faço hora, vou na valsa
A vida é tão rara

Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo e normal
Eu finjo ter paciência

O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência

Será que é tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo para perder
E quem quer saber
A vida é tão rara tão rara

Mesmo quanto tudo pede um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei a vida não pára a vida não pára não

Será que é tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esses tempo pra perder
E quem quer saber

A vida é tão rara
Tão rara
Tão rara

A vida é tão rara

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Compositores: Carlos Eduardo Carneiro De Albuquerque Falcao / Oswaldo Lenine Macedo Pimentel
Letra de Paciência © Universal Music Publishing Group
Artista: Lenine
Álbum: Na Pressão
Data de lançamento: 1999